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Este fogo resume uma tradição viva. Não uma imagem vaga, mas uma realidade. Uma realidade tão tangível como a dureza desta pedra ou o sopro do vento. O símbolo do Solstício é que a vida não pode morrer. Os nossos antepassados acreditavam que o sol não abandona os homens e que volta todos os anos ao encontro da primavera.
Cremos, como eles, que a vida não morre e que, para lá da morte dos indivíduos, a vida colectiva continua.
Que importa o que será amanhã. É levantando-nos hoje, afirmando que queremos permanecer como somos, que o amanhã pode vir.
Levamos em nós a chama. A chama pura deste fogo de fé. Não um fogo de lembrança. Não um fogo de piedade filial. Um fogo de alegria e de intensidade que temos que acender sobre a nossa terra. Lá queremos viver e cumprir o nosso dever como homens, sem renegar nenhuma das particularidades do nosso sangue, da nossa história, da nossa fé, amalgamadas nas nossas recordações e nas nossas veias...
Tudo isto não é a ressurreição de um rito abolido. É a continuação de uma grande tradição. De uma tradição que mergulha as suas raízes no mais profundo das idades e que não quer desaparecer. Uma tradição em que, cada modificação, só deve reforçar o sentido simbólico. Uma tradição que a pouco e pouco revive.
Jean Mabire